sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Minha Primavera









Cada espanto alardiado pelos quero-queros,

Cada aroma primaveral que invade o olfato

E nos conta da jornada percorrida nos ares....



O penetrar de um canto meio a tantos

É indiscutivelmente uma manifestação única

Do renascimento...



Coxilhas que banhadas de vida

Acumulam crescentes de berros

Que ressoam longe nas planuras...



O atestado escrito pelo tempo e assinado,

Pelo sol com o permiso da lua....



Gestando a sombra,

Que os umbus já pariram

Tantos motivos...tantos olhares

Partejando, igual se encontra

A minha voz – potro novo-

Por ser de mesma linhagem...



A tuna criada meio as pedras,

Ao campo sujo das chircas,

Das macegas em flor...

Ao sangue de boi que ronda

Como pedindo atenção

E cruza mais longe do chão

Um tajã monge cantor...



Onde meus olhos sangram.

Onde as sangas choram,

A existência das magoas,

E das partidas...

Encontro o meu eu,

Em tantas vidas

Que já não sei quem eu sou



Nos corredores,

Nas horas,nas nuvens...

- lá fora-

No escuro,no rio,na potrada,

Nos sois...

- mas não sorriu-

Nas luas,nas mortes,

Quem nunca se viu no seu ontem,

Na primavera das flores?...



E se os sois e luas

Teimam em me iluminar

Me encontro nas sombras do ontem

Olhando pra traz -eu venho-....



Pedro Almeida setembro de 2011

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