sexta-feira, 1 de março de 2013



Tunal
Olada que se adentra, á alma cicatriz andejo,
Na ferida aberta tenho o pagar do ressábio,
Gosto que tinge os lábios da estrada...
- no limpido das sangas, bebo um beijo-

Não mais amargurado pela pua que feriu-me,
Á flor sorriu em simples emoção;
Yuyitos que regala como a paz de um novo mundo
Num rancho quincha santa e comunhão

Lua nova, cruzei ao tranco e um poema branco,
me mirou nesta volteada...
Ganhei mais que a voluntária dor,
Dos espinhos veio a flor no florir doutra cruzada....

No maio que me governam os caminhos,
Nas “pua’ de um destino eu tenho o nada.
Relembro o volta pura quando ao rancho em forma nua
Te guardei enluarada...

Carrego ao peito um pedral de solidão
No olhar dos bebedouros das sangas
Florescem as ressonancias, que me tem amargurado
Sem o teu beijo pitanguedo, nos yuyitos de lembrança

Eu – tunal- de quimera doce venho escrever-te
Quando o tempo me saudar, posto a volta hei de chegar!
Com a branca forma humilde que te toma,
Abrirei minha cordeona ao rancho quincha santa,
Com um beijo - alma de sanga – pra o silêncio do sonhar...

 Almeida.P 2013