quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013



Guardada
(romance de lua)

Outra forma...E o noitero sentido te avulta – Mulher!-
Quem soube de ti ?...Somente as aguadas que te banharam nua!
- As quinchas beijaram-te as mãos...-
Outra noite...E eu me avulto ao vislumbrar-te xirua...

Deitou-se o jasmineiro á flor de um pecado...
As cordas da alma que ressonam presentes de carinho;
O ar, friolento amadurece tua face;
E ao pálido beijo á que pairas solita, eu sou teu silêncio te guardando sozinho..

A foz de “mouresca” penitência me agarra  em “deserto” que sou...
Que somente as sombras ouviram tua passagem...
- Ao intimo, minha serenata é dos olhos !-
Recolho os esboços dos caminhos, e retenho-me aqui, rondando tua imagem!

O gênero da saudade em que regresso  pálido de querer!
-Eu...Tão somente nada te abrigo ao pergaminho do chão;
Meus caminhos que o pleito de vago elegem para diluir este sangue-
Vês, que padeço ao rogar -te minhas ritmadas horas, ao que inda retumba o coração ?

Te afogas ao peito!.. Meu  descaminho em versos doridos de penas,
Sei que o itinerário das minhas vindas te guarda;
Ao entalhe de um céu, ás eras que descansas... que aprisionas...
- asilo-me em teu ventre e me avulto, sentimental aos meus anseios de estrada...-

Tu que fecundou minha palavra, - minhas mãos curandeiras da saudade! -
Tua alma - nossa cálida e dolente ilusão ao que nos nombra o olhar;
Eu que bebi um trago lento de morada, enquanto resplandecias...
Fundindo aos dedos da poesia, o que fulgurava este cantar...-

Em errância somos a sinceridade libertadora das noites pagãs!
Vibrações do que a terra amamentou ás infâncias...
- Interrogações da livro da vida! -
Partes comuns , sonhos iguais, com a distinção da distância...

Almeida.P 2013