quinta-feira, 9 de junho de 2011


Na irmandade das sombras...



Irmão esta solito agora...
De vagarzito chega tua hora
Para plantar-te em campo santo...
Que florido se molda em espera e pranto..
Seguindo a sina de morada eterna
Te devolvendo pra terra,
pela comunhão dos planos...


Há!-pingo- tu que em meus dias respingo
No rasto de um toro osco...
Sabes das sangas o gosto,
E de meus “secretos” domingos...


De meus incertos caminhos que por vezes
Deixei ao teu destino pela rédea da confiança
certa de teu faro de Bueno amigo....

... Quem mais poderia me legar
A hombridade de irmão quando prossigo
No dialeto de então,certo do nada ,
tendo por compreensiva a tua mirada
com olhos de compaixão...

Alma pampera com rincões de adentro
Que compila a serenata dos tempos
e a soberania dos sangues ancestrais.
Perduras gerações glorificadas na memória
Que assinala com claves de aurora
o renascimento dos imortais....


O campo tua semente de vida...
O vento tua alma santa.
Meu complemento de existência,
Junto de ti meu inteiro.
Bronzeamos no mesmo janeiro,
Invernamos no mesmo fogão...
E o que há de ficar meu irmão,
Pra quem renasceu pelo meio?

Verei o meu pingo num altar de morte?...
Serei mais forte que o caminho vil?
Changueio o resto que o nada oferece
E faço a prece pelo rogar pagão...

Quem sabe nas santas paragens,
enxergue a imagem ,
De meu pingo me olhando...
Plantado em forma, tronqueira,enraizada na morte,
largo do tempo cruzando.
Quem sabe seja meu pingo,face de umbu florescente...
-que ficou pra parador,face raiz eminente,
sombreando a saudade jazida donde repouso silente....

Pedro Almeida
Outono de 2011

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